Eleição e Petrobras alertam para composição de portfólio
Eleição e Petrobras, não exatamente nessa ordem, pautam a retomada dos negócios no mercado financeiro após o feriado da Páscoa esticado pelo Dia de Tiradentes. A Petrobras é protagonista de pelo menos três eventos com desfecho esperado entre hoje e amanhã – vencimento de opções sobre ações na bolsa brasileira, definição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da característica da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a ser criada no Congresso ou Senado e a instalação da CPI. A corrida eleitoral, que já vem interferindo na formação dos preços dos ativos, esquentou com o resultado da sondagem Ibope, divulgada na quinta-feira à noite, confirmando a queda de Dilma Rousseff na preferência dos eleitores. Era exatamente essa a expectativa do mercado financeiro que embarcou no feriadão sem ter tido oportunidade de repercutir o palpite certeiro. A preferência dos eleitores por Dilma, mostra o Ibope, é de 37%. Bem acima, portanto, de 30%. Essa marca é vista no mercado financeiro como ‘piso’ para a queda das intenções de voto em Dilma. Se rompido, a reeleição sobre no telhado e é reforçada a expectativa de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia vir a ser o candidato do PT em outubro.
As intenções de voto em Dilma guardam boa distância da faixa de 30% dos brasileiros. Mas as pesquisas mais recentes mostram que sua candidatura pode estar esgarçando: Dilma detém 38% da preferência de votos na sondagem realizada pelo Instituto Datafolha, nos dias 1 e 2 de abril; 40% na pesquisa Vox Populi, aplicada entre 6 e 8 de abril; e 37% dos votos na sondagem Ibope realizada entre os dias 10 e 14 de abril e apresentada na quinta-feira passada.
Ontem, a Folha de S. Paulo publicou um detalhe da pesquisa Datafolha sobre intenção de voto para presidente da República em outubro, só entre os potenciais eleitores que conhecem bem os candidatos. E, no detalhe, o socialista Eduardo Campos responde por 28% dos votos, Dilma por 26% e Aécio por 24%.
Embora nas pesquisas convencionais de intenção de voto Dilma a reeleição de Dilma ainda esteja garantida no 1º turno, ao mesmo tempo em que o ex-presidente Lula diz aos quatro ventos que não é candidato, que sua candidata é Dilma, a boataria sobre eventual retorno de Lula ao cargo majoritário da Nação patrocinou a arrancada das ações das empresas estatais na BM&FBovespa. A valorização dessas ações é interpretada como sinal de confiança dos investidores de que Lula, se voltasse ao Planalto, expurgaria qualquer caráter intervencionista que a presidente Dilma Rousseff ainda tivesse mantido em sua administração.
Agarrados ao “Volta, Lula”, no último mês os investidores alimentaram a valorização dos papéis da Petrobras e das empresas do setor elétrico, produzindo impacto muito positivo no Ibovespa. Este índice, o mais tradicional da BM&FBovespa, acumula alta de 15,50% no último mês, 9,53% nos últimos dois meses, e ainda assim mal teve perdas neutralizadas. No ano, até a quinta-feira passada, dia 17 de abril, o Ibovespa sobe 1,17%.O IEE, Índice de Energia Elétrica, valoriza 15,49% no último mês e cai 2,52% em 2014.
A Petrobras ON ganha 34,63% no último mês e, no ano, apenas 1,20%; a Petrobras PN sobe 38,61% no último mês e 2,01% no ano. A ação Eletrobras PNB, avança 32,67% no último mês e 20,64% no ano e a Eletrobras ON, valoriza 54,33% no mês encerrado em 17 de abril e ganha 30,66% no ano até a mesma data.
O dólar -- que parece desempenhar papel coadjuvante junto à taxa de juro para conter pressões inflacionárias neste momento --, desvaloriza na comparação com o real em todas as medidas. No último mês, cai 4,85%; nos últimos dois meses, 6,37%; neste ano, até 17 de abril, 5,13%. Na quinta-feira, última sessão de negócios antes do fim de semana prolongado pelos feriados, o dólar recuou 0,27%, para R$ 2,326
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