09/05/2014 às 19h34
Foster: Petrobras confia na meta de alta da produção de 7,5% em 2014
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Por Rodrigo Polito | Valor
SÃO PAULO - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a companhia tem confiança no alcance da meta de crescimento da produção de petróleo de 7,5% em 2014, com margem de erro de 1 ponto percentual para mais ou menos, na comparação com o ano passado, apesar da queda da produção observada no primeiro trimestre do ano. Segundo ela, as ações de aumento da eficiência operacional geraram um acréscimo de 58 mil barris por dia à produção da petroleira no primeiro trimestre.
Graça, no entanto, explicou que a produção média de petróleo da companhia no Brasil no primeiro trimestre, de 1.922 barris/ dia, recuou 1,9% em relação ao último trimestre de 2013 devido à desmobilização do FPSO-Brasil, no campo de Roncador, e pela interrupção da produção da plataforma P-20, no campo de Marlim, ambos na Bacia de Campos.
A P-20 teve a produção interrompida por 103 dias em razão dos danos causados pelo incêndio que afetou seu sistema de produtos químicos em dezembro de 2013. Segundo Graça, a plataforma retornou à operação em 7 de abril.
No comentário sobre o desempenho do primeiro trimestre, que acompanha os resultados divulgados há pouco, Graça afirmou que a queda de 14% do lucro líquido no período (R$ 5,4 bilhões), em relação ao trimestre exatamente anterior, deveu-se principalmente à ocorrência, no quatro trimestre, do benefício fiscal de R$ 3,2 bilhões relativo ao provisionamento de juros sobre capital próprio. A provisão do Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) também impactou em R$ 1,6 bilhão o lucro líquido entre janeiro e março deste ano.
Com relação à refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, alvo de várias críticas com relação à lucratividade do negócio, Graça afirmou que a unidade continua processando acima de 100 mil barris/dia, em função da disponibilidade de petróleo não convencional (tight oil) a preços competitivos. Outro fator, segundo ela, é a eliminação de gargalos operacionais em instalações da refinaria.
A principal executiva da companhia ressaltou que o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) gerou uma economia de R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre. O resultado é 42% superior à meta para o período, de R$ 1,7 bilhão.
“Com o ganho de R$ 6,6 bilhões já capturados em 2013 e a identificação de novas oportunidades em diversas iniciativas, o programa agora revisa sua meta, elevando-a para R$ 37,5 bilhões entre 2013 e 2016. Para o ano de 2014, a meta é de R$ 7,3 bilhões”, afirmou ela.
Graça adiantou que o Procop vai incluir ativos da área internacional da petroleira. A iniciativa va i incorporar ativos operacionais em oito países, além do Brasil, nos segmentos de produção de petróleo e gás natural, refino e distribuição.
Na área financeira, a presidente destacou que a companhia “continua tendo amplo acesso às fontes de financiamento necessárias para o desenvolvimento de seu plano de negócios e gestão”. No primeiro trimestre, a petroleira captou R$ 53,9 bilhões.
“Esses recursos são suficientes para o financiamento dos investimentos de 2014, que nos trarão, já nos próximos meses, aumento da geração de caixa operacional como decorrência do crescimento da produção de óleo e gás e menor dependência de importações de derivados, com a entrada em operação da RNEST (refinaria do Nordeste), além do alcance gradativo da convergência dos preços no Brasil às referências internacionais”.
Apesar do compromisso firmado pela companhia durante a divulgação do plano de negócios de redução dos índices de endividamento, a relação dívida líquida/Ebitda cresceu de 3,52 vezes, no quarto trimestre, para 4 vezes, no primeiro trimestre. Segundo Graça, o principal motivo para o aumento foi o efeito do provisionamento do PIDV, que reduziu o Ebtida em R$ 2,4 bilhões. “Ocorre que o cálculo deste indicador de endividamento considera o Ebitda anualizado, traze ndo, assim, um impacto expressivo neste trimestre”, explicou.
Com relação às recentes denúncias de corrupção envolvendo a companhia, Graça reafirmou o compromisso da diretoria e dos empregados com a ética e a transparência da empresa. “As denúncias apresentadas têm sido e continuarão sendo apuradas por meio dos mecanismos internos constituídos para tal.
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