14/05/2014 13h13 - Atualizado em 14/05/2014 16h07
Reajustes da gasolina não devem ser anunciados, diz Mantega
'Gasolina tem tido aumentos todo ano no Brasil', declarou o ministro.
Petrobras defendeu reajuste de combustíveis a médio e longo prazo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta quarta-feira (14) que não devem ser anunciados previamente reajustes no preço da gasolina porque, na sua visão, isso "mexe com o mercado". "Não se deve anunciar aumento, se deve fazer", afirmou.
O ministro Mantega, que participa de audiência pública nas Comissões de Fiscalização e Controle e de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, disse que todo ano há aumento da gasolina no Brasil.
"Não é verdade que as tarifas são represadas. (...) Todos os anos a gasolina subiu até mais do que a inflação. Temos uma média de dois reajustes por ano", afirmou. Segundo o ministro, alinhar o preço do combustível ao preço internacional não significa apenas fazer uma correção pela inflação. Em tempos de desvalorização cambial, disse ele, fica difícil fazer o alinhamento dos preços.
Mantega afirmou que, em abril do ano passado, os preços estavam alinhados com o mercado externo. Acrescentou, porém, que em maio o Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) anunciou a retirada dos estímulos monetários no país. Com menos dólares no Brasil, o valor dele subiu.
"Não é recomendável que se faça tempestivamente reajuste correndo atrás do câmbio. Tem de esperar passar a turbulência e a volatilidade. O alinhamento de preços [entre os internacionais e os nacionais] tem sido buscado, tem ocorrido com regularidade", disse o ministro da Fazenda.
Nesta terça-feira (13), a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, defendeu o aumento de combustíveis a médio e longo prazo, mas não falou em data nem percentual. O reajuste é defendido diante da diferença entre os preços cobrados dos motoristas brasileiros e o quanto a empresa paga para importar o combustível.
Reajustes feitos em 2013
No ano passado, houve dois reajustes nos preços da gasolina. O primeiro aconteceu em janeiro, quando a Petrobras subiu o valor do diesel (5,4%) e da gasolina (6,6%). O último reajuste ocorreu no fim de novembro, quando a Petrobras anunciou que os preços da gasolina e do diesel subiriam nas refinarias – 4% para a gasolina e 8% para o diesel.
Nova política de preços
A Petrobras informou, também no fim de novembro, que o Conselho de Administração da estatal aprovou a implementação de uma nova política de preços, sem revelar detalhes sobre os critérios do reajuste. "Por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia", disse à época.
"Caberá ao Conselho de Administração avaliar a eficácia da política de preços da Petrobras por meio da evolução dos indicadores de endividamento e alavancagem da Companhia", afirmou o comunicado
http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... fazer.html